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ECHO & THE BUNNYMEN
Lips Like Killing Moon!


Entrevista: Júlio César Bocáter.

O Echo & The Bunnymen foi uma das maiores bandas dos anos 80 do Rock em geral. A banda teve vários rótulos como Cold Rock, College Rock e até erroneamente Dark e Gothic Rock, embora seja nesta facção que se encontrem a maior parte de seus fãs no Brasil. O legendário vocalista Ian McCulloch veio ao Brasil para uma promo-tour e divulgar o novo CD Flowers.
Foto:
Júlio César Bocáter.

Como é o atual processo de composição da banda? Houve mudança de Flowers para os outros trabalhos?
Ian McCulloch – Na verdade o processo é o mesmo, eu venho com as melodias e a banda toda trabalha junto. A diferença foI as guitarras. Em Evergreen eu fiz as linhas de guitarra para Will Sergeant toca-las. Já em Flowers, Will fez todas as guitarras sozinho, e isso o deixou mais a vontade e ele pode ser mais criativo. Por isso, Flowers tem muitas guitarras poderosas.

A banda iria vir ao Brasil, mas só veio você para a promo-tour. A banda não conseguiu fechar com promotores?
Ian McCulloch – Na verdade estamos com a agenda super-lotada, onde estamos tocando em vários lugares em que não tocávamos há muito tempo, como na Austrália, onde faziam quase 20 anos que não tocávamos. Mas deveremos vir ao Brasil em fevereiro do ano que vem.

O que você lembra da primeira vez do Echo & The Bunnymen no Brasil em 87?
Ian McCulloch – Não lembro muita coisa. Mas achei bom, assim como em 99. O que lembro e me marcou foi uma batida policial que nossa equipe foi submetida, com os guardas apontando armas em nossas cabeças. Eu só ficava pensando “Meu Deus. Como faço para avisar minha família se eu morrer?” (risos). Falando em Brasil, lamento que esta seja a primeira vez que o Brasil fique fora de uma Copa do Mundo (risos).

Qual a diferença entre as músicas que você faz no Echo e em sua carreira solo?
Ian McCulloch – A música do Echo é mais melódica, mais sentimental. Já na minha carreira solo fico mais a vontade para experimentar coisas diferentes e influências que não se encaixam no ECHO. Mas confesso que muitas músicas que fiz para este disco aproveitarei no meu CD solo.

As capas têm algum significado especial para a banda, já que normalmente são imagens bucólicas e mais uma vez vemos um barco na capa do Echo?
Ian McCulloch – Bem, eu não tinha reparado nisso (risos). Você me fez ver como não somos criativos para escolher capa de disco (risos)! Esta capa escolhemos por combinar com o sentimento das músicas de Flowers, por isso escolhemos esta imagem americana do Rio Mississipi.

Alguma coisa nova te influencia?
Ian McCulloch – Depois que surgimos várias modas apareceram e nunca nos abalaram. Tem algo novo que gosto, masainda escuto coisas mais antigas como Frank Sinatra, The Doors e David Bowie.

Você ainda está a procura da melhor música de todos os tempos (Nota do E: na época que Ianfez Killing Moon e depois Bring The Dance Horses, Ian tinha dito que estava próximo de compor a maior música de todos os tempos)?
Ian McCulloch – Eu devo ter pelo menos umas 11 melhores músicas de todos os tempos (risos). Em Flowers tem mais algumas candidatas (risos). Das músicasque fiz, acho talvez Killing Moon e o álbum Öcean Rain todo, tem um clima formidável. Também quando retornamos, Nothing Last Forever fez sucesso (participação de Liam Gallagher, Oasis).
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Foto:
divulgação.